segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Fibras e Obstipação

Boa tarde caros leitores! Hoje trago-vos um assunto de interesse comum, muito questionado em consulta e pelo público em geral: Obstipação, que é o termo médico para prisão de ventre (d.i. constipation). Esta é considerada um sintoma e não uma doença em si, tendo significados individuais. Habitualmente refere-se a dejecções pouco frequentes, mas também pode traduzir uma diminuição no volume ou peso das fezes, a necessidade de fazer força («puxar») para esvaziar incompletamente o recto, ou, ainda, a necessidade do uso de clisteres, supositórios, laxantes para manter a regularidade do trânsito intestinal. Cerca de 80% das pessoas sofrerão de obstipação nalgum momento das suas vidas, sendo normais breves períodos de «prisão de ventre». Numa base empírica, o diagnóstico de obstipação poderá ser colocado se o número de dejecções for inferior a três vezes por semana. A assumpção incorrecta de que se deverá ter pelo menos uma dejecção por dia, levou ao uso e abuso de laxantes com consequências preocupantes.
Mas o que causa a obstipação? Poderão existir várias etiologias, possivelmente simultâneas, responsáveis pela obstipação, incluindo a ingestão inadequada de líquidos e fibras, um estilo de vida sedentário e alterações ambientais. A obstipação poderá ser agravada pela gravidez, viagens ou alterações na dieta. Nalgumas pessoas poderá ser o resultado de, repetidamente, ignorarem a vontade para defecar. 
Relação entre os hábitos e o stress na obstipação
Outras causas mais graves incluem apertos ou lesões expansivas no intestino grosso, pelo que se a obstipação persistir será aconselhável consultar o médico gastroenterologista. Mais raramente, a obstipação poderá ser um sintoma de esclerodermia, lúpus, ou ser consequência de doenças dos sistemas nervosos ou endócrino, como as doenças da tiróide, a esclerose múltipla, doença de Parkinson, AVC e lesões da medula. A obstipação poderá ainda ser causada por medicamentos, como analgésicos, anti-depressivos, tranquilizantes, anti-hipertensores, diuréticos, suplementos de ferro e de cálcio, anti-ácidos contendo alumínio, causar ou agravar a obstipação. Para além disso, muitas pessoas que verdadeiramente não são obstipadas, podem tornar-se dependentes de laxantes, numa tentativa pouco recomendada de terem dejecções diárias, provocando a si próprias danos através deste abuso de laxantes.
Assim, deverá consultar o médico sempre que:
1) Exista uma alteração persistente dos hábitos intestinais: aumento ou diminuição na frequência, consistência ou tamanho das fezes ou numa maior dificuldade para evacuar. 
2) Os sintomas de obstipação persistam por mais de três semanas. 
3) Detetar sangue nas fezes.
Contudo, pode afirmar-se que a maior parte das "obstipações" são ligeiras ou transitórias e resolvidas através de uma mudança nos hábitos alimentares, principalmente através do seu conteúdo em fibra!
Lucinda Azevedo Reis

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