quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Apenas porque sim


Espelhos de mim


Já tiveste a oportunidade de estar numa sala cheia de espelhos? Segundo a posição do espelho e de acordo como dirigimos nosso olhar, temos uma nova visão. A mesma pessoa, ou mesmo objeto, pode ser visto de várias formas diferentes. Coisa simples e que toda a gente sabe. Mas o que nem toda a gente pensa é que na vida é exatamente a mesma coisa. Muda a nossa visão quando mudamos o nosso olhar para outro lado. O erro está em dirigir sempre o olhar na mesma direção. É assim quando atravessamos águas turbulentas. E é essa visão única na nossa frente que nos abate, nos conduz ao desespero. O homem só se desespera quando não consegue ver saída. Portanto, pega o teu espelho e tenta ver outros ângulos. Talvez do outro lado a coisa não seja assim tão difícil. Quem sabe essa não é aquela oportunidade que te estava a faltar, fazer dirigir o olhar para outra direção? Somos pessoas acomodadas! Ah, terrivelmente acomodadas. Uma vez instalados, por que mudar? E quando uma situação nos obriga a ficar de pé, aí sim é que fica difícil. O fato de estarmos sempre sentados no mesmo lugar pode nos deixar com as pernas preguiçosas. Não peças nenhum esforço de ti mesmo e vais ver como as pessoas também enferrujam.
Quando olho para a frente e tudo parece obscuro e indeciso, procuro os outros ângulos do meu espelho. E apego-me à parte mais positiva. Eu sei que de uma maneira ou de outra Deus me dará uma saída, uma porta, uma janela aberta. E se na minha pequena visão eu não conseguir enxergar (podemos ser muito pequenininhos de vez em quando!), Deus vê por mim, eu creio nisso e espero. Eu sei que não sou de pedra, não sou dura e nem indestrutível. Eu também sofro e choro às vezes. Deus deu-me esse espelho invisível para que eu possa avaliar sempre uma situação olhando por todos os lados.

domingo, 9 de dezembro de 2012

De repente...


De repente acaba-se o sono e os sonhos não voltam mais. Estamos despertos para a vida, mas nem sempre estamos acordados para viver. Muitos ensinamentos foram dados, mas na hora de colocá-los em prática, tropeçamos em muitas dificuldades e esbarramos na distância que separa o concreto do abstrato. Aprendemos a estudar, mas não significa que sabemos as coisas. Aprendemos a falar, mas isto não quer dizer que as nossas palavras tenham sentido. Aprendemos a sorrir, mas nem sempre significa que estamos alegres. O muito que aprendemos, nunca é o bastante. Não nos ensinaram a chorar, talvez por isso as nossas lágrimas sejam tão sinceras. Não nos ensinaram a sofrer, talvez por isso os nossos sofrimentos sejam tão sentidos. Não nos ensinaram o gosto da derrota, talvez por isso nos sintamos tão arrasados quando a vitória foge das nossas mãos. E o pior disso tudo, é que a vida não para, não espera, não recua, também não dá férias, nem oportunidade de recuperação, não se resume num simples encontro, nem tão pouco numa viagem de lazer. Na vida tudo tem limites, até a fuga. Um dia, fatalmente iremo-nos deparar connosco mesmo, sem disfarces, e diante das nossas próprias consciências, virá o encontro, talvez o desencontro, a certeza, ou quem sabe a dúvida, o orgulho bem como a vergonha, a vontade seguida ou não do desejo, a dor, o desespero, o sentimento de perda, enfim, sempre aparecerão facetas diferentes de nós; mas uma coisa é essencial: convém sermos sinceros. 

Como humanos somos muito vulneráveis, e essa nossa vulnerabilidade leva-nos muitas vezes a perder forças, coragem e persistência nos nossos ideais. Muitas vezes achamo-nos sós em relação ao mundo e em relação a nós mesmos, e às vezes dado a situações diversas pensamos que desaparecer, fugir, partir enfim desistir de continuar a viver poderia ser a saída.