domingo, 9 de dezembro de 2012

De repente...


De repente acaba-se o sono e os sonhos não voltam mais. Estamos despertos para a vida, mas nem sempre estamos acordados para viver. Muitos ensinamentos foram dados, mas na hora de colocá-los em prática, tropeçamos em muitas dificuldades e esbarramos na distância que separa o concreto do abstrato. Aprendemos a estudar, mas não significa que sabemos as coisas. Aprendemos a falar, mas isto não quer dizer que as nossas palavras tenham sentido. Aprendemos a sorrir, mas nem sempre significa que estamos alegres. O muito que aprendemos, nunca é o bastante. Não nos ensinaram a chorar, talvez por isso as nossas lágrimas sejam tão sinceras. Não nos ensinaram a sofrer, talvez por isso os nossos sofrimentos sejam tão sentidos. Não nos ensinaram o gosto da derrota, talvez por isso nos sintamos tão arrasados quando a vitória foge das nossas mãos. E o pior disso tudo, é que a vida não para, não espera, não recua, também não dá férias, nem oportunidade de recuperação, não se resume num simples encontro, nem tão pouco numa viagem de lazer. Na vida tudo tem limites, até a fuga. Um dia, fatalmente iremo-nos deparar connosco mesmo, sem disfarces, e diante das nossas próprias consciências, virá o encontro, talvez o desencontro, a certeza, ou quem sabe a dúvida, o orgulho bem como a vergonha, a vontade seguida ou não do desejo, a dor, o desespero, o sentimento de perda, enfim, sempre aparecerão facetas diferentes de nós; mas uma coisa é essencial: convém sermos sinceros. 

Como humanos somos muito vulneráveis, e essa nossa vulnerabilidade leva-nos muitas vezes a perder forças, coragem e persistência nos nossos ideais. Muitas vezes achamo-nos sós em relação ao mundo e em relação a nós mesmos, e às vezes dado a situações diversas pensamos que desaparecer, fugir, partir enfim desistir de continuar a viver poderia ser a saída. 

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