Estamos sempre a tentar descobrir quem somos. Quem é aquela pessoa que, no fundo, tenta encontrar nesse mundo uma razão para nele estar; o lugar perfeito em que se encaixar; pessoas certas para se relacionar; motivos para ficar.
Eu sou uma dessas... Durante anos tentei me entender e me encontrar...
Se consegui? Ainda não sei dizer. Provavelmente, a descoberta de si mesmo nunca será absoluta. Ela ocorre gradativamente. Uma pessoa nunca terá certeza de quem é realmente.
Por um lado, isso é bom, entendemos que os nossos pensamentos podem mudar, que aquela capacidade de se impressionar com pequenas coisas, como quando ainda era criança, continua lá.
Aliás, um conselho: nunca perca essa capacidade! Sem ela, a vida fica vazia. Não que a minha seja completa, ainda não. Mas cultiva a alegria de sentir prazer nas pequenas coisas.
Poderia listar centenas de pequenas coisas que deixamos passar todos os dias, diante dos nossos olhos grudados nas telas dos smartphones, enquanto a vida passa.
Já paraste para ouvir o canto dos pássaros hoje? Tentaste tirar os fones (que usas enquanto estás no comboio, metro ou autocarro para afastar possíveis diálogos com possíveis pessoas interessantes) para tentar um pouquinho de interacção?
Não, pois não? Olhaste o céu? Hoje ele está lindo, sabes? O dia não está cinza. As nuvens de algodão-doce formam bichinhos, vi até uma tartaruga... No céu! Que loucura!
Nesta vida, não temos certeza de nada, pelo menos não eu. Só sei que, por enquanto, quero seguir em frente, com as minhas incertezas, as minhas alegrias, as minhas tristezas (sim, porque elas fazem parte de todo o aprendizado também) e com a vontade de permanecer livre, de poder voar, de poder ficar, de poder movimentar-me ou, então, só permanecer imóvel por algum tempo. É... preciso parar... Dar tempo ao corpo e à mente.
Sem comentários:
Enviar um comentário