domingo, 25 de maio de 2014

Ondas...

Mergulho as mãos no mar, como se quisesse aprisioná-lo entre os meus dedos, como se desejasse fazer dele o teu corpo, moldá-lo, senti-lo como se fosses tu. Escrevo sobre a areia molhada, as palavras que te não disse. As ondas quebram as frases, apagam os desejos e arrefecem o corpo, molhado, arrastando para o fundo do oceano as esperanças escritas.
Quando a alma se abre, como uma vela de um barco à deriva, recolhe em si todas as brisas, todos os ventos, enchendo-se, mas, a cada tempestade o pano cede às forças da natureza rasgando-se em pedaços, perde-se o rumo e o navio perde-se na solidão do vazio. A noite, traz com elas as estrelas e o silêncio que me permitem adormecer embalada pela suavidade das ondas.

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