Ao contrário das serras, dos mares e dos lugares as nuvens não tem nomes... a não ser os nomes pelos quais os astrônomos, seres magníficos e brilhantes as classificam: nimbus, cirrus, cumulus, stratus... e seus derivados, que não lembro agora... Quando deito na grama e fico alí a imaginar figuras... cavalos marinhos e ogros em seus contornos... aponto para o céu com o dedo e vou traçando suas linhas... muitas delas passam a ter nomes próprios... Rosaura, Violeta, Clarissa... e neste meio tempo Violeta rapidamente se transforma em um homem barbado ao sabor do vento!...
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As nuvens levam nossos sonhos para perto dos deuses... e, quando menina, eu deitava-me na relva... e ficava lá horas... entre o telhado e a ameixeira de frutas doces e amarelinhas... (alimento das horas em que passava sonhando)... imaginava isso... fazia os pedidos, os enviava às nuvens e ficava observado o vento as levarem para longe... devagarinho... outras bem mais rápido... atropeladas... faceiras, ligeiras....
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Quando elas se transformavam em cavalos alados ou pássaros gigantescos eu sabia que o desejo se tornaria real em beve... mas quando se transformavam em algo assustador, algo indefinido aos meus olhos infantis... (e quando o vento era forte isso acontecia num piscar de olhos!)... eu sabia que era melhor parar de sonhar... pegar o sonho de volta e guardá-lo na minha caixinha de sonhos... ou esperar outra nuvem chegar para enviá-lo novamente ao céu... senão eu poderia perdê-lo para sempre... Meus sonhos seriam roubados!
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Muitas vezes eu imagina nuvens coloridas... olhava para o céu e via dezenas, centenas, milhares, milhões de nuvens coloridas e extremamentemente translúcidas... e a tal ponto o eram, que a intensidade da luz solar quase não era afetada... a luz trespassava as nuvens e inundava a terra pintando-a com as suas cores... e então, tudo ficava manchado... e tudo ficava vermelho, se as nuvens fossem vermelhas... ficava azul... verde... ou ficava noutra cor qualquer... e quando as nuvens eram de cores variadas havia nuances de cor... degrades... e depois havia também as nuvens riscadas e as com bolinhas... mas essas, essas eram sinal de trovoada...
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Eram sonhos infantis... de um tempo em que eu achava que o mundo era eterno e que o tempo não passava nunca...
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